Compliance é oportunidade para as organizações
Fator de Competitividade
O Compliance (Conformidade), associado à Governação, pode e deve ser o início de uma estratégia de transformação organizacional e dos processos de negócio das organizações por parte da liderança de topo – que deve ser o owner da transformação -, ou seja, um factor de competitividade.
Ao invés de ser considerado um fator de entropia ou mesmo um obstáculo a evitar, o compliance, ao iniciar o processo de implementação, acabará por criar uma dinâmica com retorno positivo em termos de eficiência e eficácia, logo de competividade, e assim de criação de oportunidades. Isto é, contribuir para alinhar sustentabilidade com rentabilidade, sem comprometer o desempenho.
Porquê?
O timing é o ideal, uma vez que a Sustentabilidade está cada vez mais na ordem do dia e das preocupações/prioridades das organizações, e veio para ficar, desde logo pelas prioridades dos investidores e dos consumidores. A este enquadramento, junta-se a crescente adopção do ESG em articulação com a nova regulamentação da atividade das empresas, que está e vai obrigar ao seguimento do roteiro da Sustentabilidade.
itSMF Portugal “Boa Governança, Compliance e Sustentabilidade Organizacional"
Em termos sintéticos, estas terão sido as ideias-chave e as principais mensagens deixadas por José Pedro Gonçalves, Partner e Head of Consulting da RSM Portugal, durante a sua apresentação e debate, em que foi o convidado-palestrante no evento online mais recente – 22 de junho - do itSMF Portugal “Boa Governança, Compliance e Sustentabilidade Organizacional”, uma edição das HOT – HANDS ON TALK, uma iniciativa da associação.
Ao longo de aproximadamente uma hora, e tendo como pano de fundo o tema do Compliance, o Head of Consulting da RSM falou, respondeu às perguntas da moderação e da audiência e debateu alguns dos principais desafios em torno destas temáticas, desde a reengenharia e auditoria de processos de negócio e, paralelamente, mostrando como estruturar um processo de Compliance organizacional de forma sustentável, atendendo às tendências e práticas mais eficientes de compliance e sustentabilidade para uma boa governança.
As temáticas da governação – que considerou “uma governação é, entre outras coisas, uma forma de evitar o caos” nas organizações - sobretudo, do compliance, foram abordadas do ponto de vista da sua aplicação em Start-Ups e PMEs, tendo sido reconhecido que, nestes casos, o compliance pode não ser necessariamente um fator de competitividade, mas é certamente, um fator condicionador do desenvolvimento do negócio.
Paralelamente, reconheceu-se que o compliance está bem presente nas áreas financeiras, mas muito menos nos processos, e que o RGPD veio para ficar, pelo que não vale a pena ignorá-lo.
Foi ainda referida a “falta literacia sobre boa governação” e que esta é necessária, desde logo para avaliar o risco (mesmo antes da competitividade).
José Pedro Gonçalves defendeu que a compliance não pode ser ensinada nas universidades, pois é específica de cada setor económico, mas que este pode ser o caminho para o desenvolvimento da Ética e dos modelos de governo das organizações, através do estudo e desenvolvimento de “frameworks” e metodologias de gestão e organização.
O debate foi iniciado e encerrado por Daniela Azevedo, Communications Manager do itSMF, e conduzido e moderado por António Bento, Board Member do itSMF Portugal.
O agora Partner e Head of Consulting da RSM Portugal, iniciou a sua carreira na Andersen Consulting (Arthur Andersen), tendo passado por outras instituições de renome.
É membro do Instituto Português de Corporate Governance, do OCEG - Open Compliance and Ethics Group, do IPAI - Instituto Português de Auditoria Interna (IIA), da ISACA - Information Systems Audit and Control Association e do CIIWA - Competitive Intelligence and Information Warfare.
Ao nível da RSM International, é membro do Global Innovation Group e do Global Reestructuring and Transactions Services Group.
Junho de 2023